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Emoção marca a abertura do 2º Festival de Cinema de Xerém com homenagem a Antonio Pitanga

Por Sé Souza

A emoção tomou conta da noite de abertura da 2ª edição do Festival de Cinema de Xerém, realizada no Espaço Bellogio, no distrito de Xerém, em Duque de Caxias (RJ). O evento iniciou sua programação com uma celebração vibrante da arte, da cultura e da resistência do audiovisual brasileiro.

O grande destaque da noite foi a entrega do Troféu Zeca Pagodinho ao ator e diretor Antonio Pitanga, um dos maiores nomes da história do cinema nacional. Ícone do Cinema Novo e referência de luta e representatividade para o povo preto brasileiro, Pitanga foi ovacionado pelo público ao subir ao palco. Em seu discurso, agradeceu com carinho e ressaltou a importância de eventos como o Festival de Xerém para a valorização da cultura nas periferias e nas quebradas do país:

“A construção do cinema é primeiro começar contando a história do seu bairro, do seu beco, da sua viela, da sua praça, da sua família… Você pode fazer em qualquer lugar, no quintal da sua casa, o seu curta, média e longa-metragem e ganhar o mundo! Cinema é essa coisa coletiva”, afirmou o homenageado.

Em seguida, foi exibido o documentário “Pitanga” (2016), dirigido por Beto Brant e Camila Pitanga, filha do ator. O filme mergulha na trajetória do artista, celebrando sua vida e seu protagonismo na construção de um cinema engajado e popular. A sessão foi acompanhada com entusiasmo pelo público, que se emocionou com a força das imagens e da história do grande Antonio Pitanga.

Outro momento marcante da noite foi a homenagem a Louiz Carlos da Silva, presidente do Instituto Zeca Pagodinho, também agraciado com o troféu. Reconhecido por seu trabalho à frente da instituição, que atua na promoção da cidadania e da cultura na Baixada Fluminense, Louiz celebrou o festival como um espaço essencial de transformação social.

A noite também contou com uma surpresa emocionante: Mônica Silva, mãe de Louiz, recebeu um Troféu Zeca Pagodinho. Ao subir ao palco, falou da emoção em ver o filho sendo homenageado e agradeceu pela honraria recebida.

Realizado pela EBAV – Escola Brasileira de Audiovisual, com direção de Sergio Assis, o Festival de Cinema de Xerém reafirma seu compromisso com a democratização do acesso à cultura e com o fortalecimento da produção independente na Baixada Fluminense.

“Mais uma vez a gente sendo abraçado pela Baixada Fluminense. Isso é muito importante para a gente: fomentar, investir cada vez mais nessa formação de público, porque acreditamos no cinema como ferramenta para transformar a realidade, não apenas daqui, mas do Brasil todo”, afirmou Sergio.

E está só começando. Até sábado (7), Xerém recebe uma programação imperdível de celebração ao cinema independente. Nesta sexta-feira (6), o público poderá conferir as mostras competitivas de curtas-metragens, com produções que refletem a diversidade de temas e estilos do cinema brasileiro contemporâneo.

A Mostra Competitiva Nacional de Curtas apresenta os filmes: “A Caverna”, de Louise Fiedler, “TCC – Trabalho Caótico de Cinema”, de Ricardo Santos, “Intangível Tangível”, de Tales Ordakji, “Sertão 2138”, de Deuilton do Nascimento, e “As Gingers”, de Pedro Murad. O júri desta mostra é composto por Patrícia Pillar, Vinícius de Oliveira e Verônica Alvarenga.

Já a Mostra Competitiva Baixada traz os curtas “Paçoca”, de Marçal Vianna, “São Jorge de Meriti”, de Ricardo Rodrigues e Léo de Assis, “Dura na Queda”, de Tatiane Campos, “Desde Criança Sempre Quis Morar no Rio”, de Sharon Félix e Roumer Canhães, e “O Teste”, de Emanuel Sedano. Os jurados dessa mostra são Marcelo Marão, Sofia Manso e Valdomiro Meireles.

No sábado (7), a programação inclui a oficina de Atuação para Câmera, com o ator Vinícius de Oliveira, e a exibição da Mostra Gospel. A cerimônia de premiação e o encerramento do festival prometem fechar esta edição com chave de ouro.

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